Dura Vida de Belas Palavras

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Location: Taubaté, São Paulo / SP, Brazil

Letrado; pós-graduando. Um poeta, um sonhador. Qual tolice maior seria não crer que o amor é a infinita busca d'alma humana.

Tuesday, September 07, 2010

De volta após quatro anos - e olha que nem sou político.

Assim como a chuva que tardou a cair - mais de cinquenta dias de seca -, aproveito o feriado histórico para continuar a escrever a minha história. Embora, tenha ficado em “off” por longo tempo, não abandonei as letras. Sei bem que passaram mais de quarenta e oito meses; muitas primaveras, algumas tentativas de invernos, e verões em demasia. Pois, aqui estou! E não é para me reeleger...
Quatro anos passaram tão repentinamente: “Fue sólo un ratito”.
Cresci;
Vivi;
Aprendi;
Sorri;
Chorei;
Cantei;
Escrevi;
Amei;
Dancei;
Sonhei;
Mudei...
Ah como mudei!
Como acredito e defendo: A VIDA É MUTÁVEL!
E como escrevera outrora: A vida é freada pela inocência e acelerada pela maturidade.
Já não sou aquele garoto que postou neste blog. E nem poderia ser, ainda que quisesse.
Concluir a faculdade;
Conheci as teorias bakhtinianas;
Entrei na pós;
Operei o desvio do septo;
Fui à fonoterapia;
Escrevi um poema narrado por Cid Moreira;
Fui ao show da Laura Pausini;
Sentei na cadeira da ortodontista;
Vivi e vivo, e não me arrependo de nada, como cantou Piaf: “Rien de rien... Non, Je NE regrette rien”.

Friday, August 04, 2006

“A historia que a Manhã ouviu do Vento e contou ao Tempo pra ganhar a Rosa Azul”

“Se fosse reescrever hoje o "Gato malhado e a andorinha sinhá" terminaria a história com os dois juntos. Naquela época eu era muito jovem... ainda não acreditava no impossível”. (Jorge Amado)


E por não acreditar no impossível Jorge Amado escreveu um dos seus mais emocionantes desfechos, e por que não o mais triste. É impossível segurar as lágrimas quando Sinhá deixa-se dominar, aceitando se casar com o Rouxinol e renunciando seu amor pelo Gato Malhado, que desiludido parte sem rumo e sem nenhuma esperança. A estória que no início se parece muito com os famosos contos de fadas, ganha uma magia e um tempero diferencial, quando aborda temas tão comum a nossa atualidade, como o preconceito as diferenças. Sendo impossível que qualquer espectador não se identifique com a trama e com as personagens, tanto Sinhá quanto o Gato têm muito da essência humana, são personagens facilmente encontrados em nosso dia-a-dia. E quem nunca se sentiu como o Gato Malhado, desdenhado por amor que lhe deu muitas esperanças e lhe ensinou muitas coisas, mas que por covardia e o medo de ser feliz preferiu renunciá-lo. Ou uma Andorinha Sinhá que encontrou em seu oposto toda a felicidade que almejava e sentiu seu coração ferver de amor, mas as pressões e a falta de garras para lutar a fizeram desistir.
E de quem é a culpa deste grande dissabor? Não condenem só o pai da obra!
Na verdade existe mais de um culpado... Sinhá, o Gato, o Rouxinol, ou melhor, todos.
O amor proibido entre Sinhá e o Gato, torna-se mais que proibido não só pelas diferenças visíveis entre eles, mas também pela hipocrisia de outros, responsáveis por alimentar o preconceito. Jorge usou os animais para nos mostrar uma coisa que fazemos constantemente, descriminar aquilo que não seja da forma que queremos ou que a sociedade impõe; mostrando-nos que nem o amor é capaz de vencer os preconceitos. O próprio autor disse que não deixou Sinhá com o Gato, pois era jovem e não acreditava no impossível, mas na verdade ele sabia que naquela época seria difícil que os paradigmas fossem quebrados, a tal ponto que um casal “estranho” tivesse um final feliz. Até mesmo hoje não é assim tão fácil conviver fora dos padrões de uma sociedade que é tão medíocre a ponto de ocultar seus preconceitos.
Enfim... Por mais que se tenha amor é difícil enfrentar os obstáculos, principalmente quando tudo é contra esse sentimento, até mesmo você! Pois Sinhá e o Gato também foram culpados ao deixarem se levar pelo preconceito alheio, e não lutarem pelos seus verdadeiros anseios.

E você já encontrou seu gato malhado ou sua andorinha sinhá?

Já sentiu por mais que sejam diferentes que são iguais;
Já se sentiu livre, nas nuvens, nas alturas só de se aproximar.
E não soube explicar este sentimento...

"Que é como uma febre

Um desejo Ardente

É como um temporal lavando o mar

Assim tão derrepente

É como uma chama

Alastrando ao vento

É como um furacão varrendo o ar assim num só momento."

Sempre existirá dentro de nós...

UM GATO MALHADO OU UMA ANDORINHA SINHÁ!

foto: orkut http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6111094853018719794

Sunday, July 23, 2006

"Posso não ter o amor que anseio, mas tenho meus amigos que me amam, de uma forma diferente da qual necessito, muito embora me preencham o vazio das noites que dilaceram meu pequeno coração"(Cunha).

Amigos, nem ao menos posso saber se todos estes que chamo de amigos, são realmente. Será defeito ou qualidade?Ainda não sei! Sei que sempre fui, sou, e por mais que eu tente, continuarei assim, entregando-me longo no primeiro sorriso; acreditando na bondade de todos; não enxergando a maldade alheia; e o que mais me machuca, sendo traído por alguém em que depositei minha confiança... Talvez, seja por essa razão que hoje após tantas decepções, criei esse blog com um título tão melancólico, porém muito mais que sincero. Pois a vida é bela, onde? Será no Oriente Médio em que a irracionalidade do homem provoca uma guerra por motivos religiosos. Poderá ser então no Iraque? Ah não! Quem sabe em Brasília - é pensando bem em Brasília até pode ser bela, mas para os poucos. Enquanto alimentamos um sonho inútil de que tudo vai ser melhor, o mundo como uma fera vai nos atacando e nos deixando cada vez mais frágeis.

Enfim, posso não ser tão sofredor assim.
Amanhã talvez possa voltar a crer nesta humanidade que hoje só me faz sentir asco.
Mas, agora, quero escapar, voar, fugir...
Quero gritar!
Quem sabe até chorar.
Quero me isolar da vida,
Não quero ao menos tentar!
E não me venha com tamanha hipocrisia, dizendo-me que tudo passa
Ou tão pouco, espere entusiasmo de minha parte ao me falar aquelas frases feitas...
Belas! somente na escrita.


Nossa! Pela minha escrita posso parecer tão amargo quanto uma viúva ou uma quarentona solteira, sem preconceitos. Na verdade, não posso negar que muito do que eu escrevo é excessivamente dramático - adoro fazer drama. Entretanto, quero deixar claro que meu dissabor atualmente não é com a vida e sim com as pessoas, da quais já espero sem esperar, creio não crendo. Porém ainda não me sinto preparado para morrer, sei que tentarei lutar contra essa falta de entusiasmo que me domina a cada dia, então aí saberei quem realmente me ama e me considera amigo, pois eles estaram ao meu lado.

E como ouvir outrora: O verdadeiro amigo não é aquele que seca suas lágrimas e sim aquele que não as deixam cair!

Uma vez me disseram que as mulheres eram todas interesseiras, pois penso que não só elas, mas todos! Este maldito mundo capitalista é o responsável pelo o fim do romantismo, é o principal culpado de nos tornar tão consumistas a ponto de vendemos nossos próprios sentimentos.
Para terminar digo:
- A vida não é tão obscura e desagradável, muito embora existam belezas, as palavras são tão mais belas que desejamos aplicá-las em nossa vida!